68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

ANALISE DO TEMPO DE INTERNACAO, TEMPO CIRURGICO E COMPLICACOES CIRURGICAS ENTRE PACIENTES OBESOS E NAO OBESOS SUBMETIDOS A CIRURGIA DE RECONSTRUCAO DE TRANSITO

Objetivo(s)

Esse estudo tem como objetivo avaliar os pacientes submetidos a cirurgia de reconstrução intestinal de acordo com o índice de massa corpórea. O tempo cirúrgico e o tempo de internação dos pacientes obesos e não obesos será comparado para avaliar se existe diferença na evolução clínica dos dois grupos. As complicações cirúrgicas dos dois grupos serão categorizadas de acordo com a classificação de Clavien-Dindo, e a incidência de cada nivel de complicação será comparada nas duas amostras.

Método

Foi realizado um estudo retrospectivo, observacional, unicêntrico, através da revisão dos prontuários dos pacientes submetidos a realização de cirurgias de reconstrução de trânsito para fechamento de ostomias terminais. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o IMC. Foram considerados obesos os pacientes com IMC > 30Kg/m². Foram avaliados os tempos cirúrgicos e o tempo de internação total de cada paciente. As incidências das complicações foram categorizadas de acordo com a classificação de Clavien-Dindo. As incidências das complicações em cada nível foram comparadas nos dois grupos utilizando o teste exato de Fisher. As médias do tempo cirúrgico e do tempo de internação foram comparadas com o teste U de Mann-Whitney.

Resultados

Três obesos foram operados por via laparoscópica e 1 por via aberta. Houve 1 conversão no grupo que foi operado por laparoscopia (33,3%). Entre os não obesos, quinze foram operados por laparoscopia e 7 por via convencional. Houveram 3 conversões no grupos que foi operado por laparoscopia (20%). Não houve diferença significativa no tempo cirúrgico entre pacientes obesos e não obesos (377,50 ± 35,00; 355,68 ± 110,58; p = 0,352), independentemente da via cirúrgica. Houve diferença significativa no tempo de internação entre pacientes obesos e não obesos (16,5 ± 6,19; 8,95 ± 2,30; p = 0,026). Analisando a incidência de complicações cirúrgicas, houve diferença significativa na incidência de complicações grau II entre os dois grupos (p = 0,047), e há uma tendência de que obesos tenham maior incidência de complicações grau III (p = 0,052). Não houveram complicações de grau IV ou V na amostra avaliada.

Conclusão(ões)

A cirurgia de reconstrução de trânsito realizada em pacientes obesos apresentou maior taxa de conversão em relação aos não obesos. O tempo de internação foi significativamente maior nos pacientes com IMC elevado, quando comparado a pacientes com IMC menor que 30. Não houve diferença no tempo cirúrgico, o que pode estar relacionado ao uso da laparoscopia como via operatória. Pacientes obesos apresentaram significativamente mais complicações de nível II e apresentaram uma tendência a ter mais complicações de nível III. A principal limitação do estudo foi o baixo número de pacientes obesos avaliados. Mais estudos com uma população maior devem ser realizados para corroborar os achados descritos.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

Matthaus Rabelo Costa, José Walter Feitosa Gomes, Carla Camila Rocha Bezerra, Nathalia Souza Silva, Ivna Silva Gonçalves, Dandara Maria Soares Damasio Silva, Thiago Costa Maia, Marlla Caroline Ribeiro Araujo