68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

INCISAO TRANSVERSA BAIXA SUPRA-PUBICA (MAYLARD): UMA ALTERNATIVA PARA AS ABORDAGENS CIRURGICAS COLOPROCTOLOGICAS ABDOMINO-PELVICA-PERINEAL

Objetivo(s)

Analisar a utilização como via de acesso abdomino-pélvica-perineal da incisão transversa baixa supra-púbica na abordagem da cavidade peritoneal em cirurgias coloproctológicas de alta complexidade.

Método

A casuística consistiu em 101 cirurgias coloproctológicas por via abdominal laparotômica eletivas, oncológicas e não oncológicas, realizadas por acesso via incisão transversa baixa supra-púbica (incisão de Maylard) no período janeiro de 2015 a julho de 2019. Realizou-se 22 (21,8%) abordagens em 2015, 22 (21,8%) em 2016, 18 (17,8%) em 2017, 24 (23,7%) em 2018 e 15 (14,8%) em 2019 com média anual de 20,2 procedimentos.
Foram incluídos na amostra pacientes de ambos os sexos, com 52 (51,4%) do sexo masculino e 48 (47,6%) do feminino e, independentes do fator idade.
Os procedimentos executados foram: amputações abdomino-perineal do reto, colectomias esquerda, colostomias, enteropexias, reconstruções de trânsito intestinal colorretal, retossigmoidectomias e sacropromontofixações.
A técnica da incisão de Maylard consiste na incisão transversal ao nível das espinhas ilíacas anteriores, preferencialmente em prega cutânea local e pouco arqueada, de todas as camadas da parede abdominal: pele, tecido celular subcutâneo, aponeurose e músculo reto abdominal. Em seguida, são identificados e ligados os vasos epigástricos inferiores, prosseguindo para a abertura peritoneal. As bordas do músculo reto abdominal devem ser aproximadas ao folheto anterior da aponeurose, com pontos de fio absorvível, para evitar a sua retração, podendo este ser executado no início ou final do procedimento. A síntese da parede abdominal respeita preceitos básicos de fechamento por camadas com fios adequados a cada uma delas.

Resultados

A análise dos resultados permitiu avaliar em todos os procedimentos como uma incisão cirúrgica que oferece um bom campo de apresentação cirúrgica e de execução de manobras, possibilitando a ampliação quando necessário, e gerando a reconstrução da parede da forma mais anatômica e cosmética.
A avaliação quanto a dor se mostrou controlável com analgesia básica e convencional pós-operatória em todos os doentes operados. Não houveram eventos respiratórios pós-operatório. O índice de infecção nestas feridas foi mínimo ficando restrito a pequenas coleções serosas tratadas de forma conservadora. Não houveram eventrações ou eviscerações pós-operatórias. Na evolução a longo prazo o efeito cosmético foi evidente e apenas uma paciente evoluiu com formação de hérnia incisional atribuída ao mau emprego da técnica de fechamento.

Conclusão(ões)


Os autores concluem que a incisão transversa baixa supra-púbica (Maylard) é uma alternativa ao especialista, quando bem familiarizado com a técnica, para estes tipos de abordagens e procedimentos, representando opção boa e segura, baseado nos resultados encontrados.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

Carolina Natali Martins, Tamires Robles, Eduardo Vidilli Alves Pereira, Silvio Augusto Ciquini