68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

TAXA DE COMPLICAÇOES NO POS-OPERATORIO DE PACIENTES COM ENDOMETRIOSE COM E SEM ACOMETIMENTO INTESTINAL SUBMETIDAS A CIRURGIA EM SERVIÇO DE REFERENCIA

Objetivo(s)

Apresentar a taxa de complicações no pós-operatório de pacientes com endometriose com e sem acometimento intestinal em uma casuística de pacientes submetidas à ressecção cirúrgica em serviço de Ginecologia e Coloproctologia em hospital de referência da região Nordeste entre janeiro de 2018 e julho de 2019.

Método

Estudo retrospectivo com revisão de prontuários de 90 pacientes acompanhadas no serviço de Ginecologia e Coloproctologia por cirurgia de ressecção de focos de endometriose, elaboração de planilha e análise de dados através do software GraphPad Prism®.

Resultados

A coorte foi composta por 90 pacientes que foram submetidas à cirurgia para exérese de focos de endometriose. Desses, 47 (48%) tinham acometimento intestinal. Retossigmoidectomia foi realizada em 35 pacientes (39%), ooforectomia em 27 (30%) pacientes e salpingectomia em 17 (19%). Após a cirurgia, 77 pacientes (86%) evoluíram sem intercorrências no pós-operatório imediato. Sangramento transvaginal foi a queixa mais comum, ocorrendo em 7% dos pacientes, hematoquezia em 2% e dor no ombro direito em 2%. Duas pacientes tiveram secreção purulenta na ferida operatória, sendo submetidas à drenagem da mesma. A complicação de sangramento transvaginal ocorreu apenas nas pacientes com acometimento intestinal. Infecção da ferida operatória seguida de drenagem ocorreu em um caso de cada grupo. Recidiva da doença ocorreu em 6 pacientes (7%) durante a realização desse estudo, sendo submetidas novamente à cirurgia.

Conclusão(ões)

Os índices de complicações maiores e menores com a cirurgia colorretal na endometriose profunda variam de acordo com a literatura, de 0 a 13%. As complicações graves desse tipo de cirurgia são principalmente relacionadas à perfuração inadvertida ou ressecção incidental do reto, seguida da formação de fístula retovaginal, com um risco de até 10% em serviços de referência. Esse estudo mostrou baixas taxas de complicações e taxas de recidivas compatíveis com a literatura. As pacientes mantiveram seguimento ambulatorial e não houve óbito durante o período de estudo.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

Lara Burlamaqui Veras, Emanuela Santos Correia, Kathiane Lustosa Augusto, Eugênio Alves Rolim, Carlos Eduardo Lopes Soares