Dados do Trabalho
Título
Diagnóstico da Cranioestenose: Combatendo o mito da Fontanela.
Objetivo
O objetivo deste trabalho é avaliar o conhecimento de pediatras e da população geral sobre cranioestenose (também conhecida como craniossinostose) e o fechamento precoce de fontanelas (FPF) e comparar com os achados clínico de pacientes operados por cranioestenose. O diagnóstico precoce da cranioestenose é importante para o seu adequado encaminhamento e tratamento. Contudo, ainda há frequente erro conceitual envolvendo esta condição e o fechamento da fontanela e que necessitam ser esclarecidos.
Materiais e Métodos/Casuística
Foi realizado um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa, com questionários respondidos por pediatras e por pais de crianças com doença não neurocirúrgica a fim de representar a população geral, no período de janeiro de 2019. A amostra foi composta por 125 pais e 47 médicos pediatras. Após a coleta, foi realizado levantamento de uma série de casos cirúrgicos de cranioestenose operados por neurocirurgião a fim de apurar a real frequência de FPF em caso de cranioestenose.
Resultados
78,7% dos pediatras afirma que o FPF tem associação com a cranioestenose. Quando perguntados sobre as consequências do FPF, 85,1% apontam alterações no crescimento do crânio como sintoma recorrente. Os pais também identificaram o FPF como um problema de saúde e destes 88% negam conhecer a cranioestenose. 63,8% dos pediatras considera que o FPF é algo preocupante e que deve ser encaminhado ao neurologista/neurocirurgião com brevidade. Quanto à faixa etária para o fechamento das fontanelas 97,9% dos pediatras apontam a idade entre 6 meses e 2 anos. 17 pacientes foram operados por cranioestenose, apenas 47% possuíam fontanelas abertas.
Discussão e Conclusões
Os dados revelaram que apesar dos pediatras conhecerem a faixa etária mais comum em que ocorre o fechamento das fontanelas, a maioria acredita que o FPF pode levar a cranioestenose, apontando alterações de crescimento do crânio como principal sintoma. Contudo, tanto a literatura, como a clínica mostram que não há relação entre o FPF e cranioestenose. A cranioestenose é uma condição que demanda encaminhamento preciso e precoce para melhores prognósticos. Além disso, parte significativa dos profissionais acredita que pacientes com FPF devem ser encaminhados ao neurologista/neurocirurgião com brevidade. Esse achado das entrevistas é preocupante pois além de onerar o sistema de saúde, esse tipo de encaminhamento desnecessário, pode causar repercussão indesejável para o paciente e sua família.
Referências bibliográficas
Palavras Chaves
craniossinostose, fontanela, diagnóstico
Área
Neurocirurgia Pediátrica
Instituições
UNIFOR - Ceará - Brasil
Autores
ANANDA BANHOS PINHEIRO, CARLOS EDUARDO BARROS JUCÁ, PAULA VITÓRIA PEREIRA MOTOYAMA, RAFAELA SOARES BARROS DE MENEZES, RAQUEL QUEIROZ SOUSA LIMA, JELENA de PAIVA AMARAL CHAGAS, LUCA MATEUS PEDROZA SALES, THIAGO MATOS