XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Análise epidemiológica das mortes violentas por traumatismo cranioencefálico na faixa etária infanto-juvenil

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico dos sujeitos necropsiados na faixa etária infanto-juvenil, cuja as causas de morte incluiu-se o TCE.

Materiais e Métodos/Casuística

Estudo transversal, descritivo, baseado na análise dos laudos periciais do Instituto Médico Legal Regional de Cáceres/MT entre 2014 a 2016. Selecionaram-se laudos de sujeitos entre 1 e 17 anos, que constem o TCE como uma das causas do óbito. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, mecanismo causal e comorbidades. Os resultados foram obtidos através de estatística descritiva. Aprovação pelo Comitê de Ética em pesquisa regional, deu-se sob parecer nº:1.370263.

Resultados

A morte por TCE infanto-juvenil representou 8% do total em relação as demais faixas etárias (n= 238). Dos 21 laudos analisados, 90,5% eram do sexo masculino e 9,5% do sexo feminino. A média de idade foi 13 anos (DP = 4,85). As faixas etárias de maior incidência foi entre 16 e 17 anos, seguido de 14 e 15 anos. Na idade pediátrica, a maior frequência foi encontrada entre 8 e 10 anos. Uma recente revisão de literatura apresentou que em crianças muito jovens a distribuição etária mais comum é 0 a 2 anos e em adolescentes 15 a 18 anos. É provável que a divergência encontrada entre os resultados e a literatura vigente seja porque a literatura avalia todos os TCEs, enquanto o presente estudo apenas as mortes por esta causa. Outrossim, até os dois anos as suturas cranianas não estão consolidadas e o arcabouço craniano tem maior elasticidade, o que minimiza fraturas de impacto. Quanto aos mecanismos causais, o principal foi os acidentes, 52,4%, representados por: de motocicleta (19,0%), automobilísticos (14,3%), queda de altura (9,5%), queimadura e eletrocussão, 4,8% cada. Os homicídios representaram 41,9% das mortes. O TCE isolado esteve presente em 23,8% dos casos e associados ao choque hipovolêmico e ao politraumatismo em 33,3% e 28,6%, respectivamente. Na literatura, os mecanismos causais variaram amplamente entre grupos etários, geralmente os acidentes automobilísticos (6-80%) e quedas (5-87%) representaram a maioria das lesões, seguidas de abuso e outras formas não acidentais (2-12%).

Discussão e Conclusões

O maior acometimento de adolescentes reforça o preceito de vulnerabilidade a qual o grupo está inserido, sendo previamente expostos a fatores de risco. O presente estudo contribui com a escassa literatura nacional nesta faixa etária e ressalta a importância de ações preventivas.

Referências bibliográficas

Palavras Chaves

Traumatismos craniocerebrais, Criança, Epidemiologia

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Universidade do Estado de Mato Grosso - Mato Grosso - Brasil

Autores

Matheus Rodrigues de Souza, Caroline Ferreira Fagundes, Osvaldo Pereira da Costa Sobrinho, Dianna Gonçalves Ribeiro, Atahualpa Cauê Paim Strapasson*, Mayra Aparecida Côrtes*