XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

HEMATOMA SUBDURAL AGUDO ESPONTÂNEO EM NEONATO: UM RELATO DE CASO

Objetivo

O hematoma subdural (HSD) espontâneo é uma desordem neonatal rara, especialmente em recém nascidos (RN) sem fatores predisponentes. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo, mediante considerações acerca de um caso de RN com hematoma subdural agudo idiopático, descrever os possíveis fatores etiológicos de tal quadro.

Materiais e Métodos/Casuística

Os dados foram obtidos por revisão do prontuário médico correlacionando com a literatura especializada. A busca sistemática foi realizada no PubMed, MedLine e Scielo utilizando os termos “neonatal”, “hematoma subdural”, “espontâneo” e seus correlatos em inglês. Foram incluídas as referências dos anos de 2014 à 2018. Foram excluídos os casos de HSD traumático em RN.

Resultados

Neonato, sexo masculino, parto normal, a termo, foi encaminhado para avaliação neurológica devido quadro de hemiplegia esquerda associado à anisocoria com pupila direita maior do que pupila esquerda. Gestação sem intercorrências, com acompanhamento adequado e ausência de trauma pré, trans e pós-parto. Realizada Ultrassonografia Transfontanela que evidenciava formação cística occipital e coleção frontotemporoparietal direita com apagamento de sulcos corticais e desvio de ventrículos laterais. A Ressonância Magnética confirmou presença de hematoma subdural agudo e hemorragia intraparenquimatosa nas regiões citadas. Coagulograma sem alterações. Foi realizada craniotomia descompressiva para drenagem do hematoma. Após procedimento, paciente evoluiu de maneira satisfatória, com melhora parcial da hemiplegia e anisocoria.

Discussão e Conclusões

HSDs agudos espontâneos são raros quando não há trauma prévio. As causas relatadas de HSD espontâneo em RN incluem alterações maternas, descolamento da placenta, tratamento ou exposição a certas drogas (por exemplo, varfarina e cocaína), infecções intra-uterinas, trombocitopenia, coagulopatias, distúrbios genéticos, malformações. Dentre os poucos relatos descritos na literatura, pelo menos 50% estavam associados a disfunção da coagulação, seja por uma doença primária ou uso de anticoagulante. Estudos anteriores relatam que abordagem neurocirúrgica deve ser instituída quando se tem sintomas como diminuição do nível da consciência ou alterações pupilares. Portanto, um exame físico e neurológico meticuloso podem auxiliar o diagnóstico precoce e tratamento em tempo adequado para diminuir morbi-mortalidade em neonatos.

Referências bibliográficas

1. Finger G, Martins OG, Basso LS, Ludwig do Nascimento T, Schiavo FL, Cezimbra dos Santos S, Stefani MA. Acute spontaneous subdural hematoma in posterior fossa: case report with great outcome. World Neurosurgery 2018.
2. Ben J. Connolly, BSc; Lesly A. Pearce, MS; Robert G. Hart, MD. Vitamin K Antagonists and Risk of Subdural Hematoma
Meta-Analysis of Randomized Clinical Trials. American Heart Association, Inc, 2014.
3. V. Umamaheswara Reddy, Amit Agrawal, H. Suryaprakash, Vankineni Srikanth, G. Mithilasri. Extensive subdural hematoma in full term neonate due to falcine laceration. Elsevier, 2015.

Palavras Chaves

“Neonatal”, “Hematoma Subdural”; “Espontâneo”

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

UNIFACISA - Paraíba - Brasil

Autores

LARISSA NEVES LUCENA, VALBER THADEU VALE VITORINO, PATRICIA PEDROSA AZEVÊDO, AMANDA MARIA LEMOS SILVA