XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Malformação arteriovenosa temporal rota em criança: relato de caso

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente com malformação arteriovenosa (MAV), que teve bom prognóstico a partir da abordagem neurocirúrgica. É uma patologia infrequente, que não possui alta mortalidade. Tal fato pode torná-la negligenciada e nem sempre tratada de forma multidisciplinar.

Materiais e Métodos/Casuística

Paciente E.S.A. , 11 anos, feminino, internada com história de cefaleia súbita e intensa. Ao exame neurológico, rebaixamento do nível de consciência (Glasgow=9), e os exames laboratoriais afastaram outras causas. À Ressonância Magnética, constatou-se lesão hiperdensa devido à hemorragia intracraniana em região temporal esquerda. Após 6 meses em terapia intensiva, paciente evoluiu para coma profundo. Com nova Angiografia Cerebral, diagnosticou-se MAV rota temporal posterior esquerda. Foi instituído o tratamento cirúrgico, com ressecção total da MAV.

Resultados

O procedimento transcorreu sem complicações, sendo realizado Angiografia de controle, mostrando oclusão total da lesão. A paciente permaneceu em terapia intensiva por um mês, tendo melhora progressiva e recebendo alta com alguns déficits cognitivos e motores. Foi instituído controle angiográfico por 2 anos, para excluir recanalização ou recidiva da lesão.

Discussão e Conclusões

As MAV’s são lesões congênitas decorrentes do desenvolvimento anômalo da vascularização fetal, através da persistência de artérias primitivas e a ausência de capilares. São patologias infrequentes, com prevalência estimada em 0,1% a 4,3% da população em autópsias. Os casos sintomáticos representam 1,1% com manifestações frequentes antes dos 40 anos. A sintomatologia depende de fatores como o tipo, o local e o tamanho da MAV. De modo bastante controverso, as condutas são estabelecidas geralmente de acordo com estes critérios e com a idade do paciente, podendo ser definidas como: tratamento clínico, neurocirúrgico ou neurorradiológico. Há uma mortalidade considerável após sangramento (10% a 29%). No caso descrito, os achados radiológicos acerca da MAV demonstraram um enovelado de vasos tortuosos e dilatados, compacto de alto fluxo, com opacificação venosa precoce, localizado na projeção temporal superior. Podemos notar a importância da multidisciplinaridade na instituição do tratamento adequado após o diagnóstico correto. Além disso, notamos que a microcirurgia como tratamento bem indicado foi muito efetiva na resolução desta patologia.

Referências bibliográficas

Palavras Chaves

Hemorragias Intracranianas; Malformações Arteriovenosas Intracranianas; Neurocirurgia.

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

UniCEUMA - Maranhão - Brasil

Autores

Gabriel Costa Ferreira Andrade, Amanda Angelo Pinheiro, Paulo de Tarcio Rocha Lino, Alan Hass, Kassandra Nunes Barbosa Xavier, Gabriela Coutinho Amorim Carneiro